Wednesday, April 23, 2008

Poema escrito para uma princesa durante uma noite

Um poema, um ano, uma medida
Perdida enquanto te encontro de novo
Lançado ao lume, o nosso amor abranda
Enquanto ao longe, o céu se estica.

Deixa que eu me perca em teus olhos
Onde vejo espelhada, a alegria de viver.
E me acenda de novo num fósforo um momento
Que me revitalize numa vida eterna

É que tu és sem drama,
A chama que me fez esperar,
Parar, chamar por mim,
Do infinito dum sonho meu.

Amar-te-ei enquanto não for mau
Amar-te
Desejar-te-ei até achar mal querer-te tanto,
Adeus,
Até JA

O grito da cidade

cinco horas e meia da tarde

passa o tempo à procura de mais
Tempo
Quando vai ser o último segundo?
Ou o último legume?
Duas questões pertinentes com certeza
Se eu não estivesse envolvido mentalmente
No tédio de esperar
Esperar, esperar, Gritar!!!!!

O tempo de espera acumula-se num grito escuro
Dentro do pensamento
Teima em bazar
Alimentado por cigarros
Esfumados, carregados, sequiosos
E spé ra

Estações

Março,
Descalço o sapato que vesti no Inverno
E espero.


Como se andasse à chuva,
Esperando a viúva
Que me perdeu.


A tua floresta ardeu
Dela só restou Abril, verdejante,
Em mim o funil duma cor nova.

Maio renova
O sonho que em ti achei
E se passar mais um minuto
Antes de virar rei
Não sei se o espírito
Não vai pensar
Que para ser paz
Não vou passar
Por ti, feito um bom rapaz.


Tardia a hora em que te meti
Dentro de mim. Como te vi.
Cedo o segundo em que nasço de novo
Cede para a profundidade como uma vertigem,
Espera de mim na oficina,
Um soluço que tarda em sair.

Espera, espera por mim, alvorada, não deixes que o Sol não seja nada, sem se deixar, ser penteado pela chuva, achado pela trovoada, destruído pelo Mar, bravo, que em mim recupera o teu fôlego. Não sei se aguento mais este frio de ar-condicionado que te leva cada vez para mais longe de mim. Perde em mim de novo todo o sentido e deixa de ser o que não queres ser, duma vez por todas, hoje e para sempre. Amén.

Para o próximo Outono que ainda é o ovo
Num Verão equidistante.
Perdido entre nós e o Sol no Céu,
Eu, tu e a varanda,
espalhando a trovoada
Cantando a alvorada
Duma nova demanda.

A busca do mundo sem fim.

Friday, April 18, 2008

Tristeza

Segura, ao meu corpo,
A lágrima quer sair,
Para longe de mim.

Sente, ao fundo,
O poço que é
O final dos tempos.

Não a solto,
Não está crescida,
Ainda.

Entretanto,
No presente,
A luz batalha.

Os tempos,
Futuros,
Julgarão.

E o presente,
presente,
Só sente.

O Mantra da Paz

Feixes de luz transformem meus braços em paz
Peixes no Mar transformem minha mente em paz
Vidas ao Sol transformem meu sangue em paz
Sangue no Ar transforme coragem em paz
Tempo infinito transforme o futuro em paz
Nervo escaldante transforme meu sonho em paz
Mundo à volta transforme meu sonho em paz
Distância no corpo transforme meu sonho em paz
Equilíbrio distante transforme meu corpo em paz
Cores da Natura transformem palavras em paz
Ventos futuros tragam-me a minha nova paz
Mente absorta transforme meu corpo em paz
Muitas perguntas transformem o sonho em paz
Amor dos meus sonhos transforme a vida em paz
Luz celestial transforme meus olhos em paz
Sonhos profundos transformem o tempo em paz
Vida do Mundo trasnforme os Homens em paz
Morte futura transforme o sonho em paz
E mente futura transforme o presente em paz